Postagens populares

domingo, 26 de dezembro de 2010

Idéia: Open Quartz funcional


As coisa estão um pouco lentas por aqui, admito. Mas ainda há serviço sendo feito, devagarinho, na surdina. Um dos meus projetos mais estranhos é a liberação de um pacote funcional do Open Quartz. O projeto Open Quartz, para os não iniciados no mundo do mod, foi um dos primeiros projetos a suplementar conteúdo (texturas, mapas, sons e modelos) para um jogo (Quake) sob licença GPL. A premissa era que já que se tem o código-fonte da engine disponível sob GPL, porquê não o conteúdo também ser licenciado desta maneira? Isso evitaria situações conflitantes de licenciamento, como o uso de material da versão Shareware, ou mesmo da versão completa do jogo, em mods ou TCs (total conversions, conversões totais), bem como forneceria aos aspirantes a criadores de jogos/hobbistas de fim de semana, recursos para suas empreitadas.

E com este mote o projeto Open Quartz realmente fez um trabalho admirável, pelo esforço empreendido, mas terrível, pelo resultado final. Enquanto Quake possuía uma temática gótica-tecnológica, aproximada do estilo do dark-fantasy de Doom porem menos carregado, o Open Quart investiu suas fichas em algo cartunesco e cheio de piadas - infelizmente cujo sentido somente os próprios mantenedores do projeto entendiam. O que acredito afastou colaboradores do projeto e ocasionou o seu abandono incompleto: com vários modelos simplesmente risíveis de tão toscos, sons absolutamente irritantes (muitos parecem ser uma compilação de assovios) e texturas que são apenas passáveis se comparadas as do jogo que deveriam substituir.


Mesmo com todos estes pontos em contrário, indiretamente vejo o Open Quartz como o inspirador de todos os outros projetos de "suplementação de conteúdo".  Como, por exemplo, Open Arena, que de certo modo segue a mesma trilha cartunesca porem com mais sucesso, e FreeDoom, que mesmo estando relativamente incompleto, é um dos referenciais de conteúdo open/free na comunidade Doom.

Ok, mas voltando ao assunto o que diabos é este Open Quartz funcional? É simples. A idéia é criar um pacote com modelos, sons e sprite correspondente a cada um dos modelos, sons e sprites do Quake original. Antes que alguém pense que o objetivo é o mesmo do Open Quartz, ou pior ainda, que estou fazendo um "Open/Free Quake", informo que não é este o objetivo. Minha idéia e bem mais modesta. Quero encontrar um substituto, licenciado pela GPL, para cada som, modelo e textura, adicionar ao pacote um conjunto de ferramentas para desenvolvimento, como compiladores de mapas e quakec, e lançar tudo. Grosso modo seria uma SDK para futuros desenvolvimentos - mas sem a pretensão de ser algo "polido".


No momento, estou trabalhando em reunir os recursos e escrever a documentação necessária. Dependendo das festividades do final de ano e do trabalho, posso vir a apresentar uma versão pré-alfa em breve.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Então é Natal...



Então é natal... Desejo a todos que vem a este humilde blog muitas felicidades e um natal cheio de paz, alegria e fartura.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Deus Ex: O retorno da estética cyberpunk

Lembro que não muito tempo atrás eu tinha certa fixação por ficção científica. Embora o gênero esteja recheado de naves espaciais, diplomacia alienígena e traquitanas tecnológicas, o que de fato me chama a atenção atende pelo singelo nome de cyberpunk. O livro Neuromancer, de William Gibson, foi o expoente máximo do gênero e meu passaporte para este gênero instigante.

Ao contrário de outras vertentes da ficção científica, onde quase utopias estão presentes, o estilo cyberpunk adota uma postura oposta: A interação homem/tecnologia é uma realidade vertiginosa, real e essencialmente perigosa. Invade com precisão e eficiência o corpo humano, tornando-o mais rápido e "esperto". Deixando tênue a linha entre onde termina o homem e começa a máquina. O sistema capitalista degenerou para a selvageria do darwinismo social e questões morais são deixadas na lata de lixo - pois os ganhos materiais superam qualquer peso de consciência.

Em verdade é possível extrapolar, creio eu, o cyberpunk como uma  observação extremamente crítica de nosso presente. Aplicando-se um realce pesado na tecnologia e nas coisas que estão dando muito errado agora. Assim obtendo-se como resultado as multiplas distopias já mostradas pelo gênero.

Como outras obras/gêneros terminaram por aparecer/influenciar em outras mídias, como o cinema e os jogos eletrônicos, o mesmo terminou por acontecer com o cyberpunk. No cinema filmes como o Exterminador do futuro, Matrix e especialemente Blade Runner exploraram a estética na tela grande e uns pouco jogos fizera o mesmo nos games. Entre este poucos é possível destacar a série Deux Ex, que em suas encarnações anteriores fazia um trabalho magistral em transpor os elementos-chave do cyberpunk: Degradação social e marginalização, capitalismo selvagem e conspirações nefastas por poder, somando-se a forma nem sempre salutar da tecnologia invadindo cada espaço humano possível.

Agora alguns anos após o último lançamento da série, a Eidos junto com Square-Enix decidiram dar um senhor upgrade em Deux Ex e aumentar seu potencial junto ao público gamístico. Adotando como pano de fundo uma espécie de "nova renassença" advinda da tecnologia em um futuro não muito distante. O trailer abaixo, lançado recentemente, nos dá uma boa mostra do que nos aguarda.






A estética cyberpunk em nosos dias é tão explorada e diluída que hoje poucos conseguem perceber todas as suas características essenciais. Mas com Deux Ex parece que cada um deste elementos se encaixa com perfeição. Espero que com o lançamento minhas suspeitas se confirmem - e que valha a pena jogar.